Mas as “CONTAS” Vossa Eminência…(?!) as “contas”…
(Uma cartinha imaginária que poderia ser enviada ao Presidente da Fundação JMJ)
Vossa Eminência D. Américo Aguiar
Permita-se
esta antecipação do alto cargo cardinalício que Vossa Eminência irá exercer muito
proximamente – tal como noticiado.
Primeiramente
as minhas mais respeitosas saudações.
O tom e adjectivos que utilizo para a si me dirigir nada têm a ver com o meu estado de agnosticismo cáustico ou lamentável estudioso de divagações espinozianas. Difíceis estas, a que não consigo chegar no todo do entendimento por incultura própria. São, portanto, os adjectivos usados em consciência e grande respeito.
Mas
vamos ao que interessa porque o mundo não pára. O mundo pula e avança, como
disse o poeta.
Declarou
V.Emª. no passado dia 7 de Agosto, na qualidade de Presidente da Fundação JMJ, em
muito breve intervenção perante os jornalistas, sobre as “Contas” que - “Vamos dizer tudo
até ao cêntimo”. E tal promessa não pode ninguém ignorar que será
cumprida, vinda de quem vem. Porém, o tempo urge e, a par das Contas da Fundação
importará – o que será mais difícil – saber das correlativas, sobretudo da
Autarquia Lisbonense. Porque dessas, vamos confortávelmente esperar sentados.
Mas enfim, a esperança é a última a morrer.
Ainda
acrescentou em momentos posteriores e que aqui relevo – “Não tenho qualquer
sentimento menos bom em relação a ninguém. As pessoas devem manifestar-se, são
livres na sua expressão, desde que com respeito. Agradeço o escrutínio”. É isso mesmo.
Assim
sendo, como parece ser e V. Emª. assim o declarou, impõe-se saber quando, em
que tempo, de que modo serão conhecidas de todos nós, crentes e não crentes
porque, se os primeiros foram contribuintes fiéis, audazes, já os segundos, nos
quais me incluo, pouco fiéis mas a isso obrigados, coactivamente através da farta
contribuição fiscal a que não podemos furtar-nos.
E
é por isso tudo, com a legítima preocupação do urgente conhecimento público das
mesmas que, lhe dirijo a presente, sempre confiante da lisura, seriedade e
propósito das boas contas das velas, hóstias e outros proventos da Igreja
Católica em Portugal.
De
Fátima, Vossa Eminência perdoar-me-á, se me esquivo comentar.
Que
a paz fique convosco.
(Aos trinta dias, após
as Jornadas Mundiais da Juventude de Lisboa)