segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

O PORTUGAL DE FINGIR OU O PAÍS ESQUECIDO




Fica-se com a ideia de que a classe política, ainda não entendeu que a criação de Regiões Administrativas dotadas  de capacidade de decisões políticas próprias, em nada contribuiria para o sucesso e desenvolvimento tão necessário dos territórios esquecidos, abandonados desde sempre pelas elites políticas da capital.
Na loucura e frenesim que, de tempos em tempos aflora às mentes dos decisores políticos, só poderemos encontrar sem ambiguidade nenhuma, a vontade de duplicar, senão mais ainda, a "classe política" que, desempregada, procura poisos, agora numa salganhada a que chamam "regionalização".
Portugal é uno, não possui nenhum sentido nem vontade de dividir alentejanos de algarvios, de durienses a tripeiros, de alfacinhas a beirões.
Somos só um, a mesma língua e o mesmo território. Um povo, o português e a nação lusa e indivisível, continental e insular.
Neste último caso, a insularidade já permitiu há anos, umas quantas aleivosias de pretensas auto determinações e mesmo independências - falo da esquecida tentativa madeirense de desvio do todo, sem sentido e com parco apoio popular.
E é esse inexistente apoio popular que, hoje como ontem - no referendo de 1998 - a classe política pretende fazer esquecer e tentar mais uma vez a criação de postos de trabalho para os desempregados de S. Bento muito especialmente.
Não se contentam com as CCDR´s que, com funções cometidas de coordenação, pouco coordenam, talvez por não poderem, dada a sempre constante dependência política e financeira do Estado Central.
E é este que, por Central, jamais permitirá a badalada intenção da descentralização. ou ase o permitir, as condicionará financeiramente ou as controlará pela míngua.
Regionalizar será portanto o fito, urgente, necessário. Em nome do desenvolvimento, do progresso e da inversão do despovoamento do interior, da desertificação social, económica e cultural. Uma fraude.
A classe política que há quarenta anos fez carreira e profissão, do que devia ser um serviço ao País e portanto uma honra em o servir, transformou a sua passagem pelo serviço público, numa profissão que deverá durar para sempre e que muitas vezes, aparentando sentimento monárquico, também é hereditária.
E é essa "classe" que deseja tão ardentemente a criação de um vasto leque de oportunidades de exercício "profissional" nas regiões administrativas que mais uma vez, como parece - sem ouvir o povo - se pretende implementar.
Será então Portugal o primeiro Estado a fragmentar a sua unicidade sem qualquer consulta popular.
A "regionalização" não trará nada de fantástico ou extraordinariamente útil para o progresso das regiões mais depauperadas económica e socialmente.
Por outro lado, que divisão ou divisões seriam feitas que pudessem servir a gosto, todos os seus entusiastas? A região Alentejo, por exemplo, com o baixo e o alto, com o litoral e o interior? E as Beiras em idêntica situação? 
Como seriam distribuídos os lugares em tais governos das regiôes? 
Se a AR com 230 deputados, já tem eleitos demais - em comparação com outros países dos 28 da UE - a RA da Madeira e a RA dos Açores, cuja autonomia apenas é justificada pela insularidade, com a criação das regiões (quantas ainda não se sabe) criar-se-iam os parlamentos regionais, os secretários para as diversas pastas etc etc, a acrescer a uma quantidade de dirigentes autárquicos nos 308 Concelhos e 3091 Freguesias, com as Assembleias Municipais, de Freguesias, Vereações com e sem pelouro...
Por tudo isto, é pois, a regionalização desejada ou a criação das regiôes administrativas, uma só aspiração da classe política que, necessita de mais oferta no tão difícil "mercado de trabalho" onde se introduziram em busca do bem próprio e nunca pela honra de servir o País. 

AV/9Dez19





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