segunda-feira, 12 de julho de 2021


ARTUR FERREIRA

Tu sabes Artur. 

Tu sabes que nos idos anos, durante tanto tempo vivemos junto, as alegrias e as angústias daqueles tempos que muito, mas mesmo muito, nos aproximaram e criaram entre nós aquela amizade, que embora poucos conheçam, tu levarás memória para essa tua ultima viagem que, e mais uma vez, marcaste sem dares notícia.
 

Tu sabes Artur. 

Tu sabes que nos idos anos, as alegrias e as angústias daqueles tempos que muito, mas mesmo muito, nos aproximaram e criaram entre nós aquela amizade, que alguns poucos conheçam, tu levarás memória para essa tua ultima viagem que, e mais uma vez, marcaste sem dares notícia.

Até aqui viajámos juntos. 

Tu, no frenesim habitual que tanto te caracterizava, no arrojo, capacidade, profissionalismo, na amizade e na vida "pelo mundo em pedaços repartida"e eu, na luta habitual a fazer coisas e esperando, como espero e agora, te vir a reencontrar um dia.

Tu sabes Artur quanto te admirava e de que tamanho é a minha amizade. Tamanho igual terá a saudade que me deixas agora.

Tu sabes Artur, em quanta tristeza nos deixas.

No meu "cinco centésimo aniversário" - tão longe ainda - irei mais uma de muitas vezes recordar, sorrir e recontar a todos os que por lá encontrar, as estórias comuns daqueles anos.

A nossa viagem de táxi na Av 30 Juillet em Kinshasa, a tentarmos ver o Mobutu que passava com a escolta, quando da tua primeira entrevista ao Holden Roberto; a Liverpool e aquele fato de bombazina verde alface que me induziste a comprar no "tailor" daquela rua lá do alto, que dizias ser parecido com o elegante, castanho, que usavas nas recepções e que eu tanto invejava. Os banhos noturnos da piscina do Holiday Inn, mesmo em frente da recepção, naquela noite fria da nossa chegada. A nossa saída do Hotel em Londres e o câmbio dos escudos de Angola...
A viagem de comboio para o Norte de Inglaterra em que foste o animador simpático e alegre junto dos(as) estudantes. Uma risada... só tu mesmo.
No Rio, com a recepção amiga que a tua Virgínia me fez à chegada à tua casa.
Na nossa visita ao meu irmão João a Mulhouse (que irás agora reencontrar) , com a passagem por Zurich e as garrafas de cachaça deixadas no "guarda-bagagens" do aeroporto. A  tua fuga para Luanda, em que me "abandonaste" a pedido do João que te convenceu para me deixares ficar com ele, para matar saudades, ao cabo de tantas semanas de "globetrotters" que éramos, enfim, tantos e tantos momentos que, recordá-los não logro suster a lágrima que me cai por esta tua partida.

Não tinhas nada que partir agora Artur !!!
 
Tu sabes Artur, foste grande. Foste grande como só os grandes deste mundo sabem ser. Grande na amizade com que mantiveste milhares de amigos que te choram hoje, e muito. Grande no homem de bem, trabalhador incansável, profissional e competente.

É  pouco o que a minha prosa de hoje te pode dizer.
Quisera poder dizer-te mais ainda, pessoalmente, quanto foi e será eternamente a minha admiração, carinho e amizade por ti.

Deixo os milhões de letras para outros que, de certeza, irão escrever sobre ti. As minhas que aqui deixo, são simples mas verdadeiras do sentimento e amizade que irá perdurar na minha memória para sempre e muitas, muitas saudades de ti.

"Amigo é pra se guardar do lado esquerdo do peito. ❤️"

Em breve nos reencontraremos.

Tu sabes Artur...

AV





 

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