segunda-feira, 21 de abril de 2025


 FRANCISCO MERECIA MELHOR IGREJA

A minha Crónica de Homenagem a Giorgio Bergoglio
Não é possível ficar indiferente à notícia do falecimento de Giorgio Bergoglio — o Papa Francisco. Não é possível, mesmo sendo crítico constante, como aqui recentemente manifestei, não vir, na mesma sede e nesta mesma rede, comentar a perda de um homem bom, carismático, de grande humanidade, mobilizador e sério, que a Igreja Católica teve como seu líder por doze anos.
Giorgio Bergoglio foi muito além das suas obrigações e deveres como representante e guia espiritual dos 1,4 mil milhões de católicos — cerca de 17% da população mundial. Francisco foi um verdadeiro aglutinador de boas práticas e de sã convivência entre todos, nesta nossa casa comum. Nunca dividiu.
Sem nunca baixar os braços — e muito particularmente nos últimos anos, mesmo debilitado — arrastou-se penosamente pedindo a paz, clamando por solidariedade com os mais pobres e desafortunados. Admitiu, ainda no início do seu pontificado, que poderiam chamá-lo de "comunista". Não se importou. Seguiu em frente, determinado, com as suas três palavras de ordem: reconciliação, periferia e acolhimento — mensagens centrais das suas 47 viagens apostólicas.
Francisco é o homem que hoje desaparece. Uma personalidade que merece de todos o maior respeito e admiração. O Papa Bergoglio ficará para sempre inscrito na história conturbada desta nossa casa comum como um grande humanista. Um verdadeiro defensor do ser humano, em todas as suas vertentes. Sim, um político — mas um político pela paz, pela fraternidade, pela reconciliação.
O Papa Francisco é uma personalidade que não pode, nem será, ignorada. Foi um ser humano extraordinário e um defensor intransigente da paz e da concórdia. Neste dia do seu desaparecimento, multiplicam-se as homenagens por todo o mundo — de líderes políticos (alguns pouco sérios, mas enfim…), chefes religiosos das mais variadas confissões, figuras do desporto, da economia, da sociedade, da juventude e das organizações não governamentais, que tanto carinho receberam de Francisco.
Menos de vinte horas depois de me ter manifestado com uma das mais contundentes críticas a muitos representantes do clero — e reiterando tudo o que escrevi — deixo aqui a minha homenagem a Giorgio Bergoglio, na esperança de que o seu legado (ainda inacabado) possa servir de exemplo àquele que o suceder no secreto conclave dos cardeais.
Espero, sinceramente, que o seu sucessor esteja à altura do legado de Francisco. Este texto não pretende contrariar o que o autor escreveu anteriormente — apenas reforça a certeza de que Francisco merecia melhor Igreja.
Que descanse em paz.
Glória e respeito ao Papa que "veio do Fim do Mundo" 😢
(Roma, 21Abril2025 AntónioVentura)

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