domingo, 3 de outubro de 2021

 TRABALHAR PARA SER POBRE

Mais uma vez António Saraiva, o conhecido "patrão dos patrões", presidente da CIP, vem à comunicação social contestar a vontade do Governo de concretizar já em 2022, a promessa anterior de aumento do SMN salário mínimo nacional em mais 40,00€.

E, se contesta o aumento prometido para ser incluso no próximo O.E. para 2022, melhor e certamente o fará quando, daqui a um ano, a promessa de fixar o mesmo SMN em 750,00€ estiver na proposta de novo orçamento para 2023.

Considera o "patrão" que o "enorme"  aumento dos míseros quarenta euros, a partir de Janeiro próximo, irá criar larguíssimas dificuldades aos empresários que, perante tão absurda obrigação, colocarão em risco sério, a solvabilidade e o equilíbrio financeiro das empresas, quiçá uma catadupa de insolvências e um sério risco dos índices do desemprego.

Mas sobre este último risco, esquece o líder da Confederação da Indústria Portuguesa, que não foi a CIP mas, os pequenos e médios empresários que, com grande e denodado esforço, tudo fizeram e conseguiram, ao longo dos quase dois anos de pandemia, a manutenção dos postos de trabalho e do emprego, tantas vezes sem quaisquer apoios, de entre os quais e mais badalado o "lay-off simplificado".

Esquece o presidente (desde 2010) da CIP que, "constitui missão estratégica da CIP contribuir para o crescimento da economia, a competitividade das empresas, a inovação, a melhoria da produtividade, a eficiência da justiça e do sistema fiscal, a qualidade do ensino e formação profissional, a contenção da despesa pública – a par da intervenção em outros temas tão relevantes como a energia, o ambiente ou a responsabilidade social das empresas. Desígnios igualmente importantes como a modernização da Administração Pública, a adaptação das leis do trabalho a novas realidades económicas e sociais, a legislação sobre segurança social e a consolidação da malha associativa empresarial fazem também parte da orientação estratégica da CIP, visando melhorar as condições de funcionamento dos agentes económicos".

E nessa missão, como parceiro estratégico do desenvolvimento económico e social do País, não deve olvidar o conhecimento e o estudo dos vários pensadores nacionais e internacionais que configuram que, crescendo o salário, cresce o consumo e consequentemente a economia ressente-se positiva e quase imediatamente.

Em 2019, ano que, mesmo assim registou melhoria, ainda 17,2% da população abaixo do limiar de pobreza em Portugal, são considerados neste valor transferências sociais como reformas, subsídios de desemprego, pensões de doenças e invalidez, rendimento social de inserção (RSI) ou apoios à família. Se estes rendimentos não existissem, a taxa de risco de pobreza subiria para mais do dobro (43,4%) e englobaria a esmagadora maioria da população com 65 ou mais anos.

Mas, não venho aqui com a habitual retórica dos números, percentuais e coeficientes de apreciação do tema.

O que importa saber é que, António Saraiva não muda, não moderniza o conceito e o pensamento, não evolui ou, tem interesses escondidos que não revela. Não quer hoje, nem parece vir a querer amanhã que,  os "baixos salários" são de economias bangladeshianas, que na Europa deste lado de cá não são aceitáveis.

Que fique sabendo António Saraiva que, estamos na Europa, no seio e perfeitamente integrados e muito interventivos na União desta Europa que importa e muito, começar a sentir-se, DOS CIDADÃOS.

Não me alongando demasiado neste veemente repúdio pelas inconsequentes e despudoradas posições de António Saraiva, importa por fim fazer umas pequenas contas - próprias de qualquer pequeno ou médio empresário.

Com o aumento prometido de 40,00€ a partir de Janeiro próximo, uma PME com,

10 trabalhadores X 40,00€ de aumento, terá salários mensais de 7.050,00€

6.650,00€  uma diferença de  400€/mês

50 trabalhadores X 40,00€ de aumento, terá salários mensais de 33.250,00€

                  35.250,00€  uma diferença de  2.000,00€/mês   

Que fique então sabendo António Saraiva que, se os salários não reflectem produtividade, não é por culpa dos trabalhadores. 

Formação de empresáros talvez seja a solução. 

O apoio efectivo, franco e determinado das instituições do Estado e dos Bancos ( se ainda houver algum sem burlões), às PME´s que representam, isso sim, o maior tecido empresarial do País, para que estas e os seus responsáveis não continuem a ser tratados em qualquer balcão de atendimento, como bandidos, aldrabões e fujões ao fisco e outras obrigações sociais.

Foram sempre assim tratados... E são estes que hoje, terão muito gosto em pagar melhor, em ajudar a retirar da pobreza os seus concidadãos que labutam de manhã à noite, enfrentando todas as vicissitudes conhecidas - deficientes transportes públicos, carga fiscal horrenda, saúde ainda com sérias limitações, creches reduzidas e um ror de sacrifícios que culmina com as frequentes notícias de mais um grupelho de banqueiros bandidos que se raspou com uns quantos milhões para todos nós pagarmos.

Não, António Saraiva, não nos apoquentam os míseros aumentos de quarenta euros.

Vão ser pagos com gosto. Estamos com o País e não contra ele.


AV/ 

   






segunda-feira, 6 de setembro de 2021

UM PARTIDO PLURAL.

A LIBERDADE DE ESCOLHA E PENSAMENTO

DOIS HOMENS QUE APRECIO





O texto que se segue, não seria necessário se não tivesse sido forçado a vir aqui esclarecer em defesa da honra, todas as minhas preferências, militâncias e devaneios desportivos com que me identifico. Não diz respeito a ninguém e como é óbvio, sobretudo para quem me conhece, não espero por isto e por demais publicações que faço, receber benefícios ou graças públicas, ou prebendas autárquicas ou nacionais, ou ainda condecorações às quais, de facto nunca nada fiz para merecer. É apenas a resposta prévia, para bom entendedor, o qual a receberá diretamente com o respeito que sempre me merecem os que conheço bem e os que conheço, assim assim.

Que fique claro, sem interesse para ninguém, mas apenas por desabafo um pouco “chanfrado” que também mereço ter direito.

Não venho agora “sair do armário” porque nunca me lá escondi. O termo até me arrepia só de pensar. Não!

Tenho, porém, dois homens na minha vida recente que, nunca deixei de apreciar. Pela atitude, competência, sobriedade, dedicação à função e porque não, pela maneira franca, alegre e sorridente com que enfrentam os desafios que as funções de cada um deles, lhes são apresentadas.

O primeiro é o Míster Ruben Amorim que ao cabo de 19 anos sofridos, alcandorou com sapiência o meu Sporting a Campeão Nacional. A ele, devo muitos momentos de alegria, de gritos de satisfação pelas atuações da jovem equipa que conseguiu formar com a chamada “prata da casa”, especialmente.

No meu Sporting, milito há mais de 50 anos. Tantas vezes escondido à saída do Alvalade, após mais uma tremenda derrota. Tantas e não menos vezes, preferindo o sorriso e as respostas gabarolas aos meus amigos de Carnide, ou para ali perto.

O outro “homem da minha vida” chama-se António Luis Santos da Costa, mais conhecido por António Costa, por PM, por Secretário Geral e por tantos nomes feios e outros bonitos com que a malta o identifica, sem conhecer.

Mas para mim é o enorme António Costa, que aprecio como PM, como político e como pessoa no seu trato fácil, sorridente e sempre manifestando a grande inteligência, agudeza de espírito e sagacidade. Com esses predicados, tem governado Portugal. Com a determinação e clareza de propósito e sempre com o otimismo que até lhe criticam tantas vezes e com palavreado quase obsceno.

É verdade, nunca este meu preferido se manifestou em público a anunciar, tempestades, trovoadas ou a chegada do Diabo. Por isso o prefiro !

Mas, salvemos os curiosos agora. E em jeito de resposta a determinada personalidade, aqui vos deixo o fim do meu tabu.

Iniciei a minha militância no Partido Socialista em 1981, quando entendi que a social democracia com que me identifico estava na ala esquerda da política partidária. Já lá vão 40 anos.

Confesso-vos que já não era nada jovem e por isso, as Jotas passaram-me ao lado. E de nada me serviriam, pois que não queria emprego, nem prebendas, nem tacho, nem lugar, nem poleiro e muito menos acesso fácil ao tacho ou caldeirão.

Um amigo portalegrense que partiu recentemente, foi o impulsionador daquela minha decisão de adesão à ideia política do PS. Os nossos muitos almoços a que sempre me convidava em S.Bento e outros encontros, motivaram-me a apreciar os grandes desta área política a que me sinto agregado.

O conhecimento e belas conversas, também paródicas é certo, que tive a honra de partilhar com o saudoso fundador, quer no restaurante da Rocha Vau Mar, quer em outros encontros, de entre os quais, o agradável, na Quinta do Rosal na minha Portalegre do coração, em convívio de Empresários da Região, ficarão sempre na minha melhor memória.

Então, o tabu desfaz-se agora. Sim porque todos temos direito a ter um tabu, não é direito que só pertence aos ilustres, aos grandes e aos badalados.

Sou esquerdista político com muita satisfação e orgulho. A minha preferência, militância e voto frequente na área do Partido Socialista, deve-se muito ao meu reconhecimento deste ser, de facto, um partido plural. E é nessa convicção e certeza que prossigo inspirado politicamente nesta área e neste grande PS.

António Costa, um dos meus homens de eleição, é também parte da minha grande motivação e aposta.

Na pluralidade do partido político que apoio há 40 anos, na política seguida, tantas vezes estóica e determinada, permito-me discordar algumas vezes e essa liberdade a que me permito, foi aquele que ajudou e muito a estabelecer desde o 25 A.

Não posso portanto deixar de manifestar-me e colocar-me contra, sempre que me deparo com as audácias, o oportunismo ou as maleficências de tantos ou de alguns que, com a pretensa superioridade e/ou autoridade se permitem ofender o maior de todos os direitos e garantias que o meu PS tem na sua essência – a igualdade e a solidariedade.

E é perante esses e o malévolo comportamento, que me insurjo.

E então, aqui fica expresso que, não me calarei!!! Atenta a liberdade que defendi ao longo de toda a vida, seguro da pluralidade com que se identifica o Partido Socialista com que me identifico e apoio desde sempre.

Ficou então esclarecido!

sábado, 4 de setembro de 2021

 

Longa vida aos Edis. Vamos lá então VOTAR !!! (Versão 2021)



silly season tem este ano o prolongamento imprescindível. Não terminará com o regresso das férias, com o fim do faz de conta, o enfrentamento da realidade, a volta aos escritórios, às fábricas e aos Centros de Emprego para a nova inscrição. 
A silly season vai então prolongar-se até, pelo menos, ao 26 de Setembro. Não é que, a também chamada "hora do pepino", tenha então o seu epílogo. Não. A frivolidade e a tonteria manter-se-ão sempre que cada idiota se lembrar de bolsar coisa nenhuma - de jeito - para uma qualquer revisteca ou pasquim mal medrado. O ridículo não tem, nem jamais terá parança até que se elimine o último taralhoco.

Mas não é a esses que está destinado o próximo tempo político. Esses, fazem parte do nosso quotidiano. Está destinado aos outros.

A vinte e um dias de distância, talvez o maior e mais importante momento da democracia, irá ter lugar em vilas, aldeias e cidades do Continente e Ilhas.

Não sei se é possível pedir uma reflexão. Uma pequena análise e reflexão sobre os 4 anos passados, em cada lugar no qual fazemos a nossa casa ou a nossa vida.

O que mudou?                                                           

CARTA ABERTA AOS EDIS !!!

A vinte dias da definição do vosso/nosso futuro, eis que é tempo de cada um, de forma séria e envolvente, se manifestar concretamente sobre o propósito que o norteia.

Não, não somos tolos. 

E por isso, a menos que sejamos apanhados desprevenidos, haveremos de saber para onde vão e nos querem levar.

É o futuro que nos apoquenta. Aliás, há muito que vivemos apoquentados, externando os vivas e as vaias às atuações dos últimos tempos.

E, dir-se-á que foram mais os vivas do que as vaias. É possível que sim. Os encantamentos a isso levaram e ás pequeninas dádivas recebidas, os pobres, não mal agradecidos, disseram “viva”!

Mas não é disso que se trata agora. É agora o tempo de conhecer o propósito, de saber a motivação, de ver assegurada a garantia do progresso, do desenvolvimento, da seriedade, do comportamento digno e sério. Tempo de saber e garantir a igualdade, o trabalho coletivo em prol de nós todos e dos vindouros. Esses, com o futuro tão comprometido até hoje, como se sabe.

É agora o tempo da sobriedade, do fazer a sério, sem questiúnculas, sem vaidades, sem rateios, sem comprometedoras preferências de estilo, política, género ou conotação.

É o tempo de NISA! E dos outros.

Agora, é o verdadeiro, derradeiro momento para alguns, de ver e crer. De confiar, de ver garantidos os mais elementares direitos que a democracia nos trouxe. Igualdade, fraternidade, solidariedade.

Tudo em prol do nosso futuro coletivo, sem máguas nem máculas. Sem raivinhas e sem ódios. Com firme e denodado empenho em construir, em fazer e deixar fazer, para o crescimento e felicidade de todos.

Saibam todos que, sós nada conseguirão. Não foi sózinhos que conseguiste o estabelecimento do poder local, como terceiro nível da governação do País e que durante mais de 40 anos, transformou Portugal, como nunca até então. E por isso, a esse, no coletivo, damos os “Vivas”.

É pois esse, o louvor que merecem, os vivas recebidos a todos os mais de 37.000 autarcas dos nossos municípios que, durante já tantas décadas ajudaram ao desenvolvimento, ao respeito e dignidade das populações e dos sítios e Concelhos.

Mas o momento de agora, não contempla os “vivas”. Impõe, outrossim, o conhecimento e a certeza do que os move. Com que podemos contar (?). Qual a disponibilidade para terminar o período da eleição e a dedicação a um trabalho conjunto, coletivo (?), profícuo, sério. Se não há, compreensão do muito mais que nos une, do que o que nos separa, então será evidente que as promessas não se cumprirão.

É este o tempo da seriedade. O tempo das garantias, sem juras, mas também sem perjúrios.

O que nos for dito agora, o cumprimento ou as promessas incumpridas, servirá como prova para absolvição ou condenação pública no longínquo 2025.

E é assim, tal como antes. Cada mandato merecerá o seu julgamento.

Mas, confrontados com o futuro próximo, haveremos de refletir sobre os programas que anteriormente pedimos publicação e já tardam.

Recordando 2017, tão actual...

“Aqui para nós que ninguém nos ouve. Estou cansado!!! 

E na semana, recta final da campanha, das arruadas, dos comícios, dos out-doors, das rádios, tv´s, pasquins. Das esferográficas, dos saquinhos com as caretas, dos isqueiros, dos chouriços embalados com a dita do candidato... Das promessas, das juras, das poucas prestações de contas, das ameaças, dos eriçados encontros, das promissões de que agora é que é... Estou farto. 

E estou farto, das mentiras, do "fazer de nós parvos", dos perjurios, dos insultos, da má educação, da sobranceria, das audácias, atoardas sem recato ou qualquer decoro. 

Sim, estou farto, empanturrado de "coisa nenhuma", que valha, que interesse ao nosso coletivo, regional ou nacional. E por isso, protesto contra as constantes tentativas de promoção da asnidade, num desapuro constante que abomino.  

E, quando embalados no remanso deste Outono mal chegado, buscando a paz, o sossego, eis que mais uma caravana passa, apregoando os melhores, exibindo as bandeiras, identificando os prometimentos, vãos é certo, mas que fica bem para se alcançar a vitória. 

Com as ridículas conversetas e sorrisos de oportunidade, com a peixeira D.Maria, alvoraçada, com o sapateiro com profissão em fim de vida, com o lojista de rua amargurado com as grandes superfícies, com o desalojado do bairro decrépito, com o cigano xenofóbicamente ostracizado, com o reformado já mais confiante porque lhe devolveram o quinhão roubado, com o desempregado, agora mais esperançoso de que ainda poderá ser útil, com os velhos sem lar, nem rei nem roque, entregues à sua sorte na casinha degradada do bairro da cidade.  

Com a gritaria dos jotas, (almejando um lugar em fim de curso), com os hinos (alguns bem melódicos e já bem conhecidos), com a invasão das praças, ruas, travessas, mercados, de cidades, vilas ou aldeias, onde não voltarão tão depressa, a não ser em tristes momentos de calamidades, incêndios, terramotos ou derrocadas... E aí, também e sempre aproveitando as câmaras de qualquer "man" ou alguns microfones de um qualquer directo radiofónico.Estou farto! 

Interiormente sinto coisa parecida com raiva... mas não posso garantir que seja isso. Só com diagnóstico clínico apurado, concluirei. Mas que estou, é mesmo verdade. Farto! 

Em recato, reflicto muitas vezes e recordo os idos, já quarenta anos do poder autárquico. 

Faço-o com satisfação, regozijo-me por esta bela conquista de Abril, de que sou fanático desde sempre, mesmo antes, anos antes dessa feliz madrugada. Louvo o propósito original,  desenvolvimento do país, para o bem-estar das populações, na implementação e melhoramento das redes públicas de abastecimento de água, electricidade, saneamento básico, tratamento de lixo, arruamentos, parques e jardins, estradas e caminhos, habitação social, pavilhões poli-desportivos e dinâmica cultural. 

Hoje, Portugal é bem diferente. Às autarquias, ao poder local se deve muito do nosso desenvolvimento. É incontestável que às edilidades se deve, o denodado esforço de promoção, de desenvolvimento, de criação de riqueza, do comércio, de indústria, de turismo que outrora não tínhamos, pelas razões bem conhecidas. 

São as autarquias e os seus dirigentes, credores do sucesso do fim do abandono de tantas regiões, pequenas vilas e aldeias. A eles devemos a maior parte da modernização das infraestruturas locais, da inclusão de todos (ou quase todos) no mapa da Nação lusa. 

Mas estou farto, dos insultos, da má educação, da sobranceria, das audácias, atoardas sem recato ou qualquer decoro.

Sim, estou farto, empanturrado de "coisa nenhuma", que valha, que interesse ao nosso colectivo, regional ou nacional. E por isso, protesto contra as constantes tentativas de promoção da asnidade, num desapuro constante que abomino.” 

(in http://desventuralusitana.blogspot.com/2017/)


É no futuro que desenharemos o nosso progresso. É com o nosso empenhamento coletivo, inverteremos a infâmia do despovamento, com trabalho e união, transformaremos o nosso deserto Alentejano no oásis de felicidade, para todos os que nos visitam, mas sobretudo para os que connosco nele usufruímos.

E deixaremos de ser “gente subsidiada, vestida de negro e sentada na sombra das casas, à espera que venham ver a paisagem” (MSTavares Expresso 3/09/2021)

AV/ 04/09/2021




















segunda-feira, 12 de julho de 2021


ARTUR FERREIRA

Tu sabes Artur. 

Tu sabes que nos idos anos, durante tanto tempo vivemos junto, as alegrias e as angústias daqueles tempos que muito, mas mesmo muito, nos aproximaram e criaram entre nós aquela amizade, que embora poucos conheçam, tu levarás memória para essa tua ultima viagem que, e mais uma vez, marcaste sem dares notícia.
 

Tu sabes Artur. 

Tu sabes que nos idos anos, as alegrias e as angústias daqueles tempos que muito, mas mesmo muito, nos aproximaram e criaram entre nós aquela amizade, que alguns poucos conheçam, tu levarás memória para essa tua ultima viagem que, e mais uma vez, marcaste sem dares notícia.

Até aqui viajámos juntos. 

Tu, no frenesim habitual que tanto te caracterizava, no arrojo, capacidade, profissionalismo, na amizade e na vida "pelo mundo em pedaços repartida"e eu, na luta habitual a fazer coisas e esperando, como espero e agora, te vir a reencontrar um dia.

Tu sabes Artur quanto te admirava e de que tamanho é a minha amizade. Tamanho igual terá a saudade que me deixas agora.

Tu sabes Artur, em quanta tristeza nos deixas.

No meu "cinco centésimo aniversário" - tão longe ainda - irei mais uma de muitas vezes recordar, sorrir e recontar a todos os que por lá encontrar, as estórias comuns daqueles anos.

A nossa viagem de táxi na Av 30 Juillet em Kinshasa, a tentarmos ver o Mobutu que passava com a escolta, quando da tua primeira entrevista ao Holden Roberto; a Liverpool e aquele fato de bombazina verde alface que me induziste a comprar no "tailor" daquela rua lá do alto, que dizias ser parecido com o elegante, castanho, que usavas nas recepções e que eu tanto invejava. Os banhos noturnos da piscina do Holiday Inn, mesmo em frente da recepção, naquela noite fria da nossa chegada. A nossa saída do Hotel em Londres e o câmbio dos escudos de Angola...
A viagem de comboio para o Norte de Inglaterra em que foste o animador simpático e alegre junto dos(as) estudantes. Uma risada... só tu mesmo.
No Rio, com a recepção amiga que a tua Virgínia me fez à chegada à tua casa.
Na nossa visita ao meu irmão João a Mulhouse (que irás agora reencontrar) , com a passagem por Zurich e as garrafas de cachaça deixadas no "guarda-bagagens" do aeroporto. A  tua fuga para Luanda, em que me "abandonaste" a pedido do João que te convenceu para me deixares ficar com ele, para matar saudades, ao cabo de tantas semanas de "globetrotters" que éramos, enfim, tantos e tantos momentos que, recordá-los não logro suster a lágrima que me cai por esta tua partida.

Não tinhas nada que partir agora Artur !!!
 
Tu sabes Artur, foste grande. Foste grande como só os grandes deste mundo sabem ser. Grande na amizade com que mantiveste milhares de amigos que te choram hoje, e muito. Grande no homem de bem, trabalhador incansável, profissional e competente.

É  pouco o que a minha prosa de hoje te pode dizer.
Quisera poder dizer-te mais ainda, pessoalmente, quanto foi e será eternamente a minha admiração, carinho e amizade por ti.

Deixo os milhões de letras para outros que, de certeza, irão escrever sobre ti. As minhas que aqui deixo, são simples mas verdadeiras do sentimento e amizade que irá perdurar na minha memória para sempre e muitas, muitas saudades de ti.

"Amigo é pra se guardar do lado esquerdo do peito. ❤️"

Em breve nos reencontraremos.

Tu sabes Artur...

AV





 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

  OS EMPATAS...🐖🐖🐖🐖🐖

Tenho por este tão grande grupo de trogloditas o maior desapreço.

Os empatas são únicos e ao invés de uma redução da espécie, procriam desalmadamente enquanto nos seus tempos livres se dedicam clamorosamente à diabólica porneia com que nos levam ao desespero.

Quem não se lembra dos seus tempos de colégio em que havia sempre um Empata a estragar a festa do nosso primeiro namoro (?), espreitando atrás de uma árvore, de um pilar do recreio da escola ou, em uma qualquer esquina, tornando indiscreto o primeiro beijo ou abraço, numa onzenice absurda e absoluto desconchavo.

Quem não se lembra do primeiro contacto com uma qualquer Secretaria em que, carregados com um ror de papéis, requerimentos, cédulas e atestados se havia como resposta - ainda falta a declaração...

Os Empatas são parentes não muito afastados dos antigos Mangas de Alpaca, nome por que eram conhecidos, dado o uso permanente de umas mangas de tecido preto, lustroso que impedia danificar o casaco "de sair". E era assim que estes parentes afastados dos Empatas, exerciam a sua actividade nos escritórios, repartições, organismos vários do Estado Corporativo. Eram igualmente conhecidos por Lambe Botas, dada a sua caracteristica, hoje Yes Man para ser mais fino, mais chic, mas que no fim vem tudo a dar ao mesmo.


Mas voltemos aos Empatas que me parecem mais geniais, engenhosos e atrevidos.

Se há alguma coisa que atrapalhe um diligente Empata, é o requerimento do Livro de Reclamações para se fazer uso, para reportar o seu reles atendimento ou tantas vezes, o desprezo e escornado tratamento de cada um de nós.

Aí se amofinam e não poucas vezes, parece, entrarem um pouco no trilho. Mas por pouco tempo.

Hoje, os Empatas tornaram-se nos donos da economia. Com eles, o País anda para a frente - mas devagar, devagarzinho...- desenvolve-se, consumindo papel, gastando combustíveis e estragando a paciência dos mais frágeis.

Abordaremos à frente a transição digital que, por acaso não é questão de somenos importância neste desenvolvimento galáctico, supersónico e fulgurante do nosso desenvolvimento, económico, social, ambiental e humano.

Fiquemo-nos entretanto pelo Simplex, esse conjunto enorme da simplicidade, da facilidade e facilitação, do avanço em vez do recuo, do fazer e não desfazer, do fim dos quesitos, das vírgulas, dos requerimentos, das minudências de tudo e o demais de que nos lembramos.

E assim chegados, recordemos então, notícias frescas de programas com mofo.

Os desafios renovam-se, o Simplex também (para 2020/2025)

Esta edição do programa SIMPLEX assume uma visão clara das transformações necessárias para que a Administração Pública esteja sempre à altura de quaisquer desafios, servindo a sociedade, impulsionando a economia, projetando a imagem de um país moderno e inovador.

Integra um conjunto de medidas que melhoram os ambientes de negócios e facilitam o acesso aos serviços públicos por todas as pessoas, tirando partido da tecnologia digital, mas contextualizando-a na resposta às distintas realidades sócio-económicas e territoriais do nosso país.

Para garantir melhor serviço público, o programa contempla ainda medidas que reforçam a capacidade interna da Administração Pública, através da participação, da colaboração entre organizações e setores e do desenvolvimento de novas competências nas pessoas que têm a responsabilidade de criar respostas simples para problemas complexos.

Sabemos bem que, qualquer investidor estrangeiro, na sua primeira abordagem ao eventual investimento em Portugal, procura informação sobre três temas.

O primeiro, é relativo aos tempos da justiça, o que, como se sabe é coisa tenebrosa, sendo que o segundo pondera sobre a burocracia (dos tais, dos Empatas) e o terceiro, a questão fiscal e os benefícios obtíveis ou presumivelmente conquistáveis como prémio do investimento estrangeiro. A questão salarial, não sendo questão de somenos, já vem conhecida antecipadamente.

Uma das grandes bandeiras da governação nacional e igualmente da Presidência Portuguesa da UE neste primeiro semestre de 2021, é a Transição Digital.

E sendo essa tão necessária com vista ao melhor funcionamento da UE, confrontamo-nos porém com a inércia e desvontade dos chamados "operadores" que, para além das guerras para a conquista do 5G, pouco fazem no vasto território do interior em particular, não obstante os custos dos serviços de internet e telecomunicações que são cobrados.

Longe vai o tempo dos "roamings", do esbulho continuado que recentemente foi quase abolido, sobretudo na UE.

Mas o tema que importa agora é o comportamento, a existência e a talvez "diversão" dos Empatas.

Todos nós nos confrontamos com eles, em qualquer circunstância. 

A par da corrupção, da "gasosa Angolana" ou de "um cafezinho", no Brasil, "feijão para as crianças", em Kinshasa (Congo), "uma taça de vinho", em Paris (França), os Empatas andam por todo lado, atrás de um balcão, num atendimento telefónico, pessoal em uma qualquer repartição pública, organismo, junta de freguesia, câmara municipal, associação, fundação ou, como proliferam por todo lado, nas "instituições".

Em Portugal "dos pequeninos", qualquer negociata de comércio bancário, seguradoras de difícil cumprimento de obrigações, agência de não sei mais quê, é uma "Instituição".

Mas os Empatas também conhecidos por "Blockers", lá vão tratando da sua vidinha, emproaditos, senhores do seu nariz, fatiota com lustro nas golas dos casacos, calcita apertada e curta, como manda a "new fashion" tudo complicando, dificultando, infernizando a vida e a saúde, mas tudo, mesmo tudo,



"A bem da Nação"








  O GOLPE (Parte 1) O conhecido “golpe de Estado palaciano” é o tipo de golpe em que a tomada do poder se projecta e algumas vezes, di...