quinta-feira, 17 de julho de 2025

 

"Até já, mano João"

Hoje, mais um ano passa e, com ele, o peso da saudade renasce. O meu irmão João completaria mais um aniversário. Todos os anos, neste dia, o meu estado de espírito muda. É impossível não ser tocado pela lembrança viva de alguém que deixou tanto em mim – e em todos os que com ele privaram.

O João era inolvidável. Um daqueles raros seres cuja presença enchia uma sala – não por ser ruidosa, mas por ser genuinamente viva. Tinha uma graça natural e uma bonomia contagiante. Sabia contar histórias como poucos – sempre picarescas, sempre divertidas – e arrancava-nos lágrimas... de tanto rir. Quando estava entre amigos, era como se o tempo abrandasse, como se o mundo se tornasse mais leve.

Apesar das ausências, apesar das distâncias, havia entre nós uma amizade profunda, daquelas que não precisa de ser dita em voz alta para ser sentida. E é essa ligação que me aperta o peito hoje.

O João era engenhoso, um homem de uma inteligência prática admirável. Sabia viver. Foi só nos últimos tempos, com a saúde a fraquejar, que vimos o seu brilho esmorecer um pouco. Mas mesmo então, nunca perdeu a dignidade, nunca deixou de ser o João que todos amávamos.

Ainda hoje, quando o grupo de amigos se junta, o nome do João surge. Não há encontro onde não se evoque uma história, uma piada, uma lembrança. O João permanece, em cada memória, em cada gargalhada, em cada silêncio de saudade.


Neste dia que seria o da celebração de mais um ano de vida, tenho a certeza de que todos os seus amigos o recordam. E que essa lembrança, embora dolorosa, é também um consolo – porque o João deixou-nos o melhor de si.

Para todos nós, o João será sempre inesquecível. E ficará, para sempre, nos nossos corações.

Até já, mano João.

(António Ventura 17 de Julho 2025)

  "Até já, mano João" Hoje, mais um ano passa e, com ele, o peso da saudade renasce. O meu irmão João completaria mais um aniver...