Em menos de nada, damo-nos conta dos 4 anos passados desde que partiste.
Foi neste dia de 2019 que me acordaram de manhã cedo, com a notícia da tua partida.
Neste todo tempo, acho mesmo que não passei uma manhã sequer, sem te ter recordado com a muita saudade que me emagrece a alma.
"A Oeste Nada de Novo" como titulou o seu melhor e ultimo romance, o judeu francês Erich Maria Remarque, sobre a guerra de 14.
Querido João, como se pudesses ler-me... Ainda assim te digo que os tempos são negros por agora. A guerra de 14 e a de 39 não trouxeram ensinamentos a esta malta que nos desgoverna. O sofrimento dos inocentes é retratado todos os dias nas têvês ao serviço da canalha. Outros haverão de ter diferente opinião, eu sei.
Sigo, seguimos nos convívios dos nossos amigos de sempre - alguns vão desaparecendo também. Com eles te vamos sempre recordando.
O teu sobrinho - que tu asseguravas com a graça habitual, ser o garante do apelido e a continuidade da nossa "má raça" (alentejana), vai-te recordando sem grandes manifestações mas, sempre com um olhar que só eu interpreto como de grande saudade do Tio João.
Dos teus mais próximos pouco vou sabendo - talvez achem que não mereço saber mais. Mas não lhes levo a mal. Que fiquem, cada um com a sua decisão que eu ficarei com a saudade de ti, penosa como é toda a saudade, mas com a alegria de te ter tido como irmão.
Tanta vez brigámos - coisa natural - e afinal tanto nos unia e poucos sabiam disso.
Quatro anos poderiam ser entendidos como uma eternidade, ou longo tempo mas, 4 anos depois, com a constante e diária lembrança, estás sempre presente, aqui comigo e com os outros que te estimavam.
Vai longa mais esta carta que sei não poderás ler, mas sabias bem que te a iria escrever e assim continuarei até que possa.
Muita saudade João, muita.
(mano Toninho 4 anos depois de ti)
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