terça-feira, 27 de maio de 2025

CAOS NOS AEROPORTOS: um retrato da falência governativa

Milhares de turistas são maltratados, a polícia está à beira do colapso e o silêncio do Governo é ensurdecedor. Esta é a nova normalidade num país que se desfaz lentamente.

Portugal assiste, impávido, ao colapso dos seus aeroportos. Milhares de turistas, que representam um contributo essencial para o nosso Produto Interno Bruto, aguardam horas para entrar no país, sem informação, apoio ou respeito. São filas intermináveis, caos nos serviços e uma evidente incapacidade de resposta por parte das forças de segurança e do Estado.

Enquanto isso, o Governo limita-se ao silêncio. A Ministra da Administração Interna não apresenta soluções. O Primeiro-Ministro ignora o problema. O Presidente da República opta por não intervir. Esta ausência de liderança num momento crítico revela o profundo vazio institucional em que o país mergulhou.

A polícia de fronteira, já esgotada, trabalha sob pressão máxima, sem meios adequados. A sensação de desorganização total é um convite ao descrédito internacional — e à quebra de confiança num país que vive, em grande parte, do turismo.

Ainda mais grave é a incoerência nas políticas de controlo de fronteiras. Em certos casos, cidadãos entram pelas fronteiras terrestres e aéreas com escasso ou nenhum controlo, enquanto os turistas esperam por horas. Há aqui uma falta de critério que exige explicações urgentes.

O país parece anestesiado. 

A atenção coletiva desvia-se para polémicas desportivas ou para a espuma dos dias, enquanto questões fundamentais sobre segurança, economia e soberania são negligenciadas. 

Esta incapacidade crónica de lidar com os problemas estruturais abre caminho à radicalização política e ao surgimento de forças extremistas que prometem o que o sistema já não entrega.

Portugal está a ser governado por inércia. E não basta apontar o dedo ao Governo atual. É um modelo de governação que já dura há demasiado tempo, indiferente às realidades do país e cada vez mais desligado das suas funções essenciais.

É preciso romper com esta apatia. Os cidadãos têm o direito — e o dever — de exigir respostas, responsabilidade e ação. Um país não pode viver de turismo e, ao mesmo tempo, humilha quem o visita. 

Não pode proclamar a democracia e entregar o Estado a uma elite surda e cega. 

Não pode viver de futuro quando ignora o presente.

António Ventura (JNcQUOI Beach Club /Comporta) 27Maio2025

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