segunda-feira, 28 de julho de 2025

 

A EUROPA DE CÓCORAS: VON DER LEYEN AJOELHA-SE A TRUMP

E ARRASTA OS 27 CONSIGO

Na paisagem verde da Escócia — fora do território da União Europeia, em plena propriedade privada de Donald Trump — Ursula von der Leyen apareceu de sorriso rasgado, a celebrar um acordo comercial. Uma cerimónia grotesca de vassalagem. E a Europa ajoelhou.

Não se sabe ao certo o conteúdo do suposto acordo. Sabe-se apenas que Trump, como de costume, ameaçou tarifas de 15% sobre bens europeus, exigiu que os Estados-membros aumentassem as suas compras de petróleo e derivados aos EUA, e ainda pressionou para que os europeus investissem em solo americano — ou sofreriam as consequências.


A Presidente da Comissão Europeia, sem rubor, cedeu. E cedeu sem mandato.

Não estamos perante uma acção diplomática. Estamos perante um acto político ilegítimo — e perigosíssimo. A Comissão Europeia tem competência exclusiva para negociar acordos comerciais, sim. Mas apenas com base num mandato expresso do Conselho da UE, e sempre sob supervisão democrática do Parlamento Europeu.

Von der Leyen não recebeu qualquer mandato conhecido para “negociar” em nome dos 27 Estados-membros com um presidente norte-americano em plena e permanente campanha eleitoral, assediado pelos escândalos do seu envolvimento em rambóias sexuais com menores, com o patrocínio do seu falecido amigo Brian Epstein. Não houve ratificação. Não houve consulta. Não houve sequer pudor.

Em vez de respeitar a arquitectura institucional da União, a Presidente da Comissão decidiu comportar-se como chefe de Estado de uma entidade supranacional que simplesmente não existe — uma Europa que não tem governo, nem primeiro-ministro, nem presidente com poder para comprometer os seus Estados em acordos unilaterais.

O que Von der Leyen fez na Escócia — em pleno intervalo entre tacadas de golfe de Donald Trump — não foi apenas simbólico. Foi um sinal claro de rendição a uma chantagem recorrente, que já se estende a outros domínios:

- Aumentem as vossas compras de petróleo americano.
- Comprem mais armas.
- Aumentem o vosso orçamento de defesa — desde que comprem “made in USA”.
- Aceitem tarifas punitivas, ou negociem ajoelhados.

E, como sempre, Trump ameaça, insulta, impõe — e a Europa cede, vergada pela mão de quem devia defendê-la.

O resultado? Uma hipoteca da soberania colectiva da União, feita em privado, sem escrutínio, em nome de todos... mas contra a vontade de muitos.

Mesmo que o alegado acordo não tenha efeitos jurídicos — por falta de ratificação dos Estados e do Parlamento Europeu — os danos políticos estão feitos. Porque o que está em causa não é apenas a legalidade: é a dignidade, a legitimidade e o respeito pelas instituições democráticas da União.

Von der Leyen já não age como presidente de uma comissão colegial. Age como se fosse presidente de uma República Europeia imaginária, sem controlo, sem eleição directa e, agora, sem respeito pelos limites do seu cargo. Como o fez em tempos, na conturbada pandemia e nos obscuros negócios das "vacinas Pfizer" - tudo ainda no segredo dos Deuses e dos suspeitosos gabinetes do Edificio Europa da Rue de La Loi no Bairro Europeu de Bruxelas.

E pior: fá-lo ao lado de um homem que já deixou claro, por palavras e actos, que despreza a União Europeia, os seus valores, os seus tratados, e os seus aliados — salvo quando lhe servem os interesses.

A Europa não pode continuar a aceitar esta humilhação silenciosa. Urge que os Estados-membros, os parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu convoquem Von der Leyen à responsabilidade, exijam esclarecimentos formais, e travem esta deriva autoritária e personalista dentro da própria Comissão.

Se quisermos uma Europa livre, soberana e respeitada, temos de começar por rejeitar o autoritarismo dourado de Bruxelas e a chantagem suja de Washington. A liberdade constrói-se com coragem — não com sorrisos bajuladores em campos de golfe.

AV - Barão de Cacilhas - 28-07-2025

 

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