A EUROPA DE CÓCORAS: VON DER LEYEN
AJOELHA-SE A TRUMP
E ARRASTA OS 27 CONSIGO
Na
paisagem verde da Escócia — fora do território da União Europeia, em plena
propriedade privada de Donald Trump — Ursula von der Leyen apareceu de sorriso
rasgado, a celebrar um acordo comercial. Uma cerimónia grotesca de vassalagem. E a Europa
ajoelhou.
Não se sabe ao certo o conteúdo do suposto acordo. Sabe-se apenas que Trump, como de costume, ameaçou tarifas de 15% sobre bens europeus, exigiu que os Estados-membros aumentassem as suas compras de petróleo e derivados aos EUA, e ainda pressionou para que os europeus investissem em solo americano — ou sofreriam as consequências.
A
Presidente da Comissão Europeia, sem rubor, cedeu. E cedeu sem mandato.
Não
estamos perante uma acção diplomática. Estamos perante um acto político ilegítimo
— e perigosíssimo. A Comissão Europeia tem competência exclusiva para negociar
acordos comerciais, sim. Mas apenas com base num mandato expresso do Conselho
da UE, e sempre sob supervisão democrática do Parlamento Europeu.
Von
der Leyen não recebeu qualquer mandato conhecido para “negociar” em nome dos 27
Estados-membros com um presidente norte-americano em plena e permanente campanha eleitoral, assediado pelos escândalos do seu envolvimento em rambóias sexuais com menores, com o patrocínio do seu falecido amigo Brian Epstein.
Não houve ratificação. Não houve consulta. Não houve sequer pudor.
Em
vez de respeitar a arquitectura institucional da União, a Presidente da Comissão
decidiu comportar-se como chefe de Estado de uma entidade supranacional que
simplesmente não existe — uma Europa que não tem governo, nem
primeiro-ministro, nem presidente com poder para comprometer os seus Estados em
acordos unilaterais.
O
que Von der Leyen fez na Escócia — em pleno intervalo entre tacadas de golfe de
Donald Trump — não foi apenas simbólico. Foi um sinal claro de rendição a uma
chantagem recorrente, que já se estende a outros domínios:
-
Aumentem as vossas compras de petróleo americano.
- Comprem mais armas.
- Aumentem o vosso orçamento de defesa — desde que comprem “made in USA”.
- Aceitem tarifas punitivas, ou negociem ajoelhados.
E,
como sempre, Trump ameaça, insulta, impõe — e a Europa cede, vergada pela mão
de quem devia defendê-la.
O
resultado? Uma hipoteca da soberania colectiva da União, feita em privado, sem
escrutínio, em nome de todos... mas contra a vontade de muitos.
Mesmo
que o alegado acordo não tenha efeitos jurídicos — por falta de ratificação dos
Estados e do Parlamento Europeu — os danos políticos estão feitos. Porque o que
está em causa não é apenas a legalidade: é a dignidade, a legitimidade e o
respeito pelas instituições democráticas da União.
Von der Leyen já não age como presidente de uma comissão colegial. Age como se fosse presidente de uma República Europeia imaginária, sem controlo, sem eleição directa e, agora, sem respeito pelos limites do seu cargo. Como o fez em tempos, na conturbada pandemia e nos obscuros negócios das "vacinas Pfizer" - tudo ainda no segredo dos Deuses e dos suspeitosos gabinetes do Edificio Europa da Rue de La Loi no Bairro Europeu de Bruxelas.
E
pior: fá-lo ao lado de um homem que já deixou claro, por palavras e actos, que
despreza a União Europeia, os seus valores, os seus tratados, e os seus aliados
— salvo quando lhe servem os interesses.
A
Europa não pode continuar a aceitar esta humilhação silenciosa. Urge que os
Estados-membros, os parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu convoquem Von
der Leyen à responsabilidade, exijam esclarecimentos formais, e travem esta
deriva autoritária e personalista dentro da própria Comissão.
Se
quisermos uma Europa livre, soberana e respeitada, temos de começar por
rejeitar o autoritarismo dourado de Bruxelas e a chantagem suja de Washington.
A liberdade constrói-se com coragem — não com sorrisos bajuladores em campos de
golfe.
AV - Barão de Cacilhas - 28-07-2025
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